sexta-feira, 27 de abril de 2018

Quando uma pessoa sofre um AVC questionamo-nos muitas vezes sobre qual terá sido a razão ou circunstância que o causou. Stress, esforço físico, relação sexual, quais são as causas?

Um acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando é tapada ou obstruída uma artéria ou quando se rompe um vaso sanguíneo. Perante esta situação, a parte do cérebro afectada não recebe o oxigénio necessário e começam a morrer neurónios.
Sobre estas conjunturas existem muitos mitos e poucas investigações, sendo fundamental a experiência médica.

Consideram-se causas do AVC algumas situações que induzem um aumento repentino e curto da pressão arterial, que pode ser uma causa possível na ruptura de um aneurisma.
Para esclarecer melhor os nossos leitores vamos conhecer alguns mitos e realidades sobre os acidentes vasculares cerebrais.

Stress ou esforço físico extremos

Existem algumas evidencias que demonstram a relação entre o stress e um AVC. Em diferentes estudos, as pessoas que se sentiam stressadas tinham um maior risco de AVC em relação aos que diziam não estarem stressadas. Um factor a ter em conta é a hipertensão: quando um individuo aumenta a sua tensão arterial numa situação de stress, aumenta o risco de sofrer um AVC.
Uma equipa de investigadores efectuou um estudo para examinar a relação entre a prática de exercício físico e o risco de sofrer um AVC. Do ponto de vista fisiológico, a actividade física regular pode diminuir o risco de sofrer um acidente vascular cerebral, no entanto, os estudos até agora realizados não deram resultados conclusivos.
Neste estudo publicado na revista Stroke (englobou 21.823 homens com idades entre os 40 e os 84 anos, que foram seguidos durante cerca de 11 anos), concluíram que os homens que praticavam exercício físico intenso sofreram menos AVC’s do que os que não praticavam actividade física.
É de referir ainda que é necessário ver qual o tipo de exercício praticado, já que por exemplo o levantamento de pesos é uma actividade que pode induzir um AVC em pacientes que malformações cerebrovasculares, devido ao aumento brusco da pressão sanguínea que é gerado devido ao esforço.

A relação sexual

Existe uma baixa probabilidade de que uma relação sexual aumente o risco de sofrer um AVC, sendo muito raros os casos conhecidos. Há no entanto que saber que um AVC pode ocorrer em qualquer momento: no duche, fazendo ginástica ou ouvindo música. Muitas vezes, quando esta situações acontecem, investiga-se o paciente e encontram-se factores de risco anteriormente desconhecidos, ou encontra-se a causa directa, geralmente uma má formação cerebrovascular ou uma arritmia severa.
Será importante destacar que numa relação sexual existe um aumento da pressão e da frequência cardíaca, que é tanto maior, quanto maior for o esforço da mesma.

Assoar o nariz

Segundo um artigo publicado na revista stroke, assoar o nariz pode ser também a causa para um AVC naquelas pessoas que têm um aneurisma cerebral e não o sabem. Uma em cada 15 pessoas pode ter um aneurisma durante a sua vida, sendo que todos os aneurismas têm a possibilidade de se romperem e sangrar, não obstante, poucas vezes isso acontece. Será conveniente, no entanto, que as pessoas que tenham familiares directos que sofreram um AVC, façam exames para descartar a presença de malformações cerebrovasculares.

Álcool a mais

Estudos publicados na revista Stroke revelaram que as pessoas que bebiam 40-60 gramas de álcool (três ou quatro bebidas normais nos Estados Unidos) tinham quase três vezes mais hipóteses de sofrer um AVC nas 24 horas seguintes. Esta situação está no entanto mais relacionada com as pessoas que bebem ocasionalmente. Geralmente a ingestão de álcool crónica está relacionada com a prevalência de AVC hemorrágico. Certos mitos, tais como um AVC poder acontecer quando se assoa o nariz, numa relação sexual ou num esforço físico extremo têm origem no facto de que todo o esforço aumenta de forma brusca a pressão arterial, traduzindo-se num aumento da pressão intracraneana.

Sobre o AVC

Um acidente vascular cerebral (AVC) acontece quando se tapa ou se obstruí uma artéria ou então quando se rompe um vaso sanguíneo. Quando acontece esta situação, a parte do cérebro afectada não recebe o oxigénio necessário e os neurónios começam a morrer.
É fundamental reconhecer os sintomas de um AVC porque cada minuto sem tratamento implica a morte de 1.900.000 neurónios e das conexões entre eles, o que origina ainda mais sequelas para a pessoa que o sofre.
Os sintomas mais comuns de um AVC são aqueles que aparecem de forma repentina e sem causa aparente. Entre eles, a perda de força ou diminuição de sensibilidade de um dos lados do corpo, devido ao rompimento de um vaso que “alimentava” a mão, por exemplo. Outro sinal de alerta é a alteração da articulação das palavras, a aparição de transtornos na linguagem ou mesmo problemas com a vista, seja um recorte do campo visual ou “ver a dobrar”. Também são chamadas de atenção a alteração do equilíbrio, dores de cabeça intensas e/ou perda de conhecimento.
Quando aparecem é importante não demorar a recorrer a ajuda médica especializada, que permita um diagnóstico precoce e a atenção rápida de uma equipa médica. Deve então ser feito o tratamento de acordo com a patologia com a maior brevidade e de forma minimamente invasiva.

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