segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tratamento do AVC

O Acidente Vascular Cerebral em evolução constitui uma emergência, devendo ser tratado imediatamente no hospital o mais rapidamente possível.

Uma vez definido o diagnóstico clínico de AVC, há um conjunto de passos de avaliação e tratamento do doente.

Inicialmente deve diferenciar-se entre AVC isquémico ou AVC hemorrágico, pois as abordagens são diversas.

O tratamento inclui a identificação e controlo dos factores de risco, o uso em determinados casos (e o mais precocemente possível) de terapêutica antitrombótica, tratamento que impede a coagulação do sangue, sendo comum a prescrição de medicamentos que contrariam a agregação plaquetária (Aspirina, Ticlopidina , Copidogrel, entre outros) e que evitam a coagulação sanguínea (Varfarina e Acenocumarol). Por vezes a cirurgia é empregue para retirar coágulos do interior das artérias carótidas (exp.: endarterectomia) em alguns doentes. As intervenções endovasculares (angioplastia e colocação de stents (condutos artificiais que permitem permeabilizar os vasos arteriais) têm ganho fundamental protagonismo crescente na terapêutica e na prevenção deste tipo de doença vascular.

A avaliação e o acompanhamento neurológico regular fazem parte do seguimento, assim como o controle da hipertensão arterial, da diabetes mellitus, do nível de lípidos (colesterol, triglicéridos), a cessação imediata de consumo de tabaco e a verificação do uso de medicamentos prescritos à data de alta.

Após a alta hospitalar, o tratamento continua. O médico responsável irá prontamente prescrever os medicamentos necessários, assim como indicará todas as orientações necessárias.

Sintomas do AVC

O Acidente Vascular Cerebral manifesta-se de modo diferente em cada doente, pois depende, entre outros, da área do cérebro atingida, da extensão da mesma, do tipo (Isquémico ou Hemorrágico), das doenças associadas e da idade do doente.

A característica principal é a rapidez com que surgem as alterações: de segundos a horas (de forma súbita ou rapidamente progressiva).

Os sintomas mais frequentes e comuns são:

  • Fraqueza, ou dificuldade do movimento de um membro ou de um lado do corpo;
  • Dormência de um lado do corpo (mão, braço, pé, face);
  • Alterações na linguagem e fala - não se conseguir expressar ou entender o que lhe é dito; alguns doentes apresentam fala curta e com esforço, ou frases longas, fluentes, fazendo pouco sentido, grande dificuldade para compreensão da linguagem;
  • Perda de visão total ou parcial (névoa, nuvem, cegueira) de um olho, ou dos olhos;
  • Visão dupla;
  • Vertigens e perda da coordenação dos movimentos;
  • Dor de cabeça súbita sem causa aparente, com intolerância à luz, seguida de vómitos,sonolência ou coma;
  • Perda de memóriaconfusão mental e dificuldade para executar tarefas habituais (de início rápido);
  • Perda do estado de consciência.

Fatores de risco para o AVC

Os Fatores de risco são todos aqueles que, herdados ou ambientais, podem facilitar o sugimento do AVC.

Os fatores de risco podem ser não modificáveis, isto é, não podemos interferir na sua presença ou evolução:

  • Idade – a probabilidade de ter AVC aumenta com a idade
  • Sexo – mais frequente no sexo masculino, e mulheres pós-menopausa
  • Etnia – mais frequente na etnia negra

Os factores de risco podem ser modificáveis, isto é, podemos controlá-los, quer evitando a sua presença ou a sua intensidade:

  • Hipertensão arterial
  • Diabetes mellitus
  • Tabagismo
  • Alcoolismo
  • Hiperlipidémia (colesterol e/ou triglicéridos elevados)
  • Doença cardíaca e vascular
  • Doenças que aceleram ou intensificam a coagulação
  • Contraceptivos hormonais (pílula)
  • Inactividade física

O que é exatamente um AVC?

 O chamado "acidente vascular cerebral" (AVC), mais conhecido popularmente como "derrame" engloba um conjunto de doenças que decorrem da dificuldade de fornecimento de sangue e seus constituintes a uma determinada área do Sistema Nervoso Central (Cérebro e Espinal Medula), originando o sofrimento ou morte dessa área e, consequentemente, a perda ou diminuição das respectivas funções cerebrais (défice neurológico).

Alguns estudos apontam para uma incidência de AVC entre 1 a 2 por 1000 habitantes por ano. As altas taxas de mortalidade têm vindo a decrescer (redução de 25,1% na década de 90) mas mantêm-se muito elevadas (mortalidade hospitalar 17 a 30%). Entre nós, a doença cérebrovascular é a 3ª 
causa de anos potenciais de vida perdidos.

Anualmente 750.000 norte-americanos sofrem de AVC e 150 000 morrem em consequência directa do episódio da referida doença.

As sequelas são muuito frequentes e um estudo efectuado pela Direcção Geral da Saúde em 1996 apurou que 13,8% dos doentes apresentavam incapacidade considerada grave, 15,0% ligeira e 59,3% estavam em bom estado, portanto independentes.

Frequentemente, a doença inicia-se de modo súbito, brusco com aparecimento de um défice neurológico, de intensidade máxima no seu início, que dura mais de 24horas.

Existem dois tipos de AVC:

AVC isquémico
quando não há passagem de sangue para determinada área cerebral, devido à obstrução de artéria que irriga todo o cérebro ou na sequência de uma redução do fluxo sanguíneo;

AVC hemorrágico
Contabiliza 20% dos acidentes e acontece quando uma artéria que irriga o cérebro rompe, extravasando o sangue que inunda as meninges ou os tecidos nervosos, livremente ou formando um hematoma, podendo originar um aumento da pressão dentro do crânio (que está limitado por uma estrutura óssea não distensível).